FORMAÇÃO


Fé é conhecimento e confiança. Tem sete características: 
 
A fé é uma pura dádiva de Deus, que nós obtemos se intensamente a pedirmos; A fé é a força sobrenatural de que necessariamente precisamos para alcançar a salvação; A fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino; A fé é absolutamente segura porque Jesus o garante; A fé é incompleta enquanto não se tornar operante no amor; A fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em vivo intercâmbio; A fé permite-nos já a experiência do alegre antegozo do Céu. 

 
Muitos afirmam que “crer” é demasiado pouco; eles querem é “saber”. A palavra “crer” tem, no entanto, dois sentidos completamente distintos. Se um pára-quedista, no aeroporto, pergunta ao empregado: «O pára-quedas está corretamente acondicionado?», e este casualmente responder: «Hum, creio que sim...», isso então não lhe bastará; ele quer mesmo saber. Se, todavia, ele tiver pedido a um amigo para acondicionar o pára-quedas, e este lhe responder à mesma pergunta: «Sim, eu pessoalmente encarreguei-me de o fazer. Podes confiar em mim!», o pára-quedista responder-lhe-á então: «Está bem, acredito em ti!» Esta fé é muito mais que “conhecimento”, ela significa “certeza”. E esta é a fé que fez Abraão mudar-se para a Terra Prometida, esta é a fé que fez os mártires perseverarem até à morte, esta é a fé que ainda hoje mantém de pé os cristãos perseguidos. Uma fé que compreende todo o ser humano... [YouCat 21]
 
Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. (Papa Bento XVI - Porta Fidei)














DO PAPA AOS JOVENS


VIAGEM APOSTÓLICA
DE SUA SANTIDADE BENTO XVI
AO BRASIL POR OCASIÃO DA V CONFERÊNCIA GERAL
 DO EPISCOPADO DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE


ENCONTRO COM OS JOVENS


DISCURSO DO PAPA BENTO XVI

Estádio Municipal do Pacaembu, São Paulo
Quinta-feira, 10 maio de 2007




Queridos jovens! Queridos amigos e amigas!

«Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres [...] Depois, vem e segue-me» (Mt 19,21).

1. Desejei ardentemente encontrar-me convosco nesta minha primeira viagem à América Latina. Vim para abrir a V Conferência do Episcopado Latino-americano que, por meu desejo, vai realizar-se em Aparecida, aqui no Brasil, no Santuário de Nossa Senhora. Ela nos coloca aos pés de Jesus para aprendermos suas lições sobre o Reino e impulsionar-nos a ser seus missionários, para que os povos deste "Continente da Esperança" tenham, n’Ele, vida plena.

Os vossos Bispos do Brasil, na sua Assembléia Geral do ano passado, refletiram sobre o tema da evangelização da juventude e colocaram em vossas mãos um documento. Pediram que fosse acolhido e aperfeiçoado por vós durante todo o ano. Nesta última Assembléia retomaram o assunto, enriquecido com vossa colaboração, e desejam que as reflexões feitas e as orientações propostas sirvam como incentivo e farol para vossa caminhada. As palavras do Arcebispo de São Paulo e do encarregado da Pastoral da Juventude, as quais agradeço, bem atestam o espírito que move a todos vocês.

Ontem pela tarde, ao sobrevoar o território brasileiro, pensava já neste nosso encontro no Estádio do Pacaembu, com o desejo de dar um grande abraço bem brasileiro a todos vós, e manifestar os sentimentos que levo no íntimo do coração e que, bem a propósito, o Evangelho de hoje nos quis indicar.

Sempre experimentei uma alegria muito especial nestes encontros. Lembro-me particularmente da Vigésima Jornada Mundial da Juventude, que tive a ocasião de presidir há dois anos atrás na Alemanha. Alguns dos que estão aqui também lá estiveram! É uma lembrança comovedora, pelos abundantes frutos da graça enviados pelo Senhor. E não resta a menor dúvida que o primeiro fruto, dentre muitos, que pude constatar foi o da fraternidade exemplar havida entre todos, como demonstração evidente da perene vitalidade da Igreja por todo o mundo.

2. Pois bem, caros amigos, estou certo de que hoje se renovam as mesmas impressões daquele meu encontro na Alemanha. Em 1991, o Servo de Deus o Papa João Paulo II, de venerada memória, dizia, na sua passagem pelo Mato Grosso, que os "jovens são os primeiros protagonistas do terceiro milênio [...] são vocês que vão traçar os rumos desta nova etapa da humanidade" (Discurso 16/10/1991). Hoje, sinto-me movido a fazer-lhes idêntica observação.

O Senhor aprecia, sem dúvida, vossa vivência cristã nas numerosas comunidades paroquiais e nas pequenas comunidades eclesiais, nas Universidades, Colégios e Escolas e, especialmente, nas ruas e nos ambientes de trabalho das cidades e dos campos. Trata-se, porém, de ir adiante. Nunca podemos dizer basta, pois a caridade de Deus é infinita e o Senhor nos pede, ou melhor, nos exige dilatar nossos corações para que neles caiba sempre mais amor, mais bondade, mais compreensão pelos nossos semelhantes e pelos problemas que envolvem não só a convivência humana, mas também a efetiva preservação e conservação da natureza, da qual todos fazem parte. "Nossos bosques têm mais vida": não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando.

3. Hoje quero convosco refletir sobre o texto de São Mateus (19, 16-22), que acabamos de ouvir. Fala de um jovem. Ele veio correndo ao encontro de Jesus. Merece destaque a sua ânsia. Neste jovem vejo a todos vós, jovens do Brasil e da América Latina. Viestes correndo de diversas regiões deste Continente para nosso encontro. Quereis ouvir, pela voz do Papa, as palavras do próprio Jesus.

Tendes uma pergunta crucial, referida no Evangelho, a Lhe fazer. É a mesma do jovem que veio correndo ao encontro com Jesus: o que fazer para alcançar a vida eterna? Gostaria de aprofundar convosco esta pergunta. Trata-se da vida. A vida que, em vós, é exuberante e bela. O que fazer dela? Como vivê-la plenamente?

Logo entendemos, na formulação da própria pergunta, que não basta o aqui e agora, ou seja, nós não conseguimos delimitar nossa vida ao espaço e ao tempo, por mais que pretendamos estender seus horizontes. A vida os transcende. Em outras palavras, queremos viver e não morrer. Sentimos que algo nos revela que a vida é eterna e que é necessário empenhar-se para que isto aconteça. Em outras palavras, ela está em nossas mãos e depende, de algum modo, da nossa decisão.

A pergunta do Evangelho não contempla apenas o futuro. Não trata apenas de uma questão sobre o que acontecerá após a morte. Há, ao contrário, um compromisso com o presente, aqui e agora, que deve garantir autenticidade e conseqüentemente o futuro. Numa palavra, a pergunta questiona o sentido da vida. Pode por isso ser formulada assim: que devo fazer para que minha vida tenha sentido? Ou seja: como devo viver para colher plenamente os frutos da vida? Ou ainda: que devo fazer para que minha vida não transcorra inutilmente?

Jesus é o único capaz de nos dar uma resposta, porque é o único que nos pode garantir vida eterna. Por isso também é o único que consegue mostrar o sentido da vida presente e dar-lhe um conteúdo de plenitude.

4. Antes, porém, de dar sua resposta, Jesus questiona a pergunta do jovem num aspecto muito importante: por que me chamas de bom? Nesta pergunta se encontra a chave da resposta. Aquele jovem percebeu que Jesus é bom e que é mestre. Um mestre que não engana. Nós estamos aqui porque temos esta mesma convicção: Jesus é bom. Podemos não saber dar toda a razão desta percepção, mas é certo que ela nos aproxima dele e nos abre ao seu ensinamento: um mestre bom. Quem reconhece o bem é sinal que ama. E quem ama, na feliz expressão de São João, conhece Deus (cf.1Jo 4,7). O jovem do Evangelho teve uma percepção de Deus em Jesus Cristo.

Jesus nos garante que só Deus é bom. Estar aberto à bondade significa acolher Deus. Assim Ele nos convida a ver Deus em todas as coisas e em todos os acontecimentos, mesmo lá onde a maioria só vê a ausência de Deus. Vendo a beleza das criaturas e constatando a bondade presente em todas elas, é impossível não crer em Deus e não fazer uma experiência de sua presença salvífica e consoladora. Se nós conseguíssemos ver todo o bem que existe no mundo e, ainda mais, experimentar o bem que provém do próprio Deus, não cessaríamos jamais de nos aproximar dele, de O louvar e Lhe agradecer. Ele continuamente nos enche de alegria e de bens. Sua alegria é nossa força.

Mas nós não conhecemos senão de forma parcial. Para perceber o bem necessitamos de auxílios, que a Igreja nos proporciona em muitas oportunidades, principalmente pela catequese. Jesus mesmo explicita o que é bom para nós, dando-nos sua primeira catequese. «Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). Ele parte do conhecimento que o jovem já obteve certamente de sua família e da Sinagoga: de fato, ele conhece os mandamentos. Eles conduzem à vida, o que equivale a dizer que eles nos garantem autenticidade. São as grandes balizas a nos apontarem o caminho certo. Quem observa os mandamentos está no caminho de Deus.

Não basta conhecê-los. O testemunho vale mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada. Não são impostos de fora, nem diminuem nossa liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos vigorosos, que nos levam a agir nesta direção. Na sua base está a graça e a natureza, que não nos deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós mesmos. Realizar-se, através da ação, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.

5. Nesta altura volto-me, de novo, para vós, jovens, querendo ouvir também de vós a resposta do jovem do Evangelho: tudo isto tenho observado desde a minha juventude. O jovem do Evangelho era bom. Observava os mandamentos. Estava pois no caminho de Deus. Por isso Jesus fitou-o com amor. Ao reconhecer que Jesus era bom, testemunhou que também ele era bom. Tinha uma experiência da bondade e por isso, de Deus. E vós, jovens do Brasil e da América Latina? Já descobristes o que é bom? Seguis os mandamentos do Senhor? Descobristes que este é o verdadeiro e único caminho para a felicidade?

Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O "amanhã" depende muito de como estais vivendo o "hoje" da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade.

Muitas vezes sentimos trepidar nossos corações de pastores, constatando a situação de nosso tempo. Ouvimos falar dos medos da juventude de hoje. Revelam-nos um enorme déficit de esperança: medo de morrer, num momento em que a vida está desabrochando e procura encontrar o próprio caminho da realização; medo de sobrar, por não descobrir o sentido da vida; e medo de ficar desconectado diante da estonteante rapidez dos acontecimentos e das comunicações. Registramos o alto índice de mortes entre os jovens, a ameaça da violência, a deplorável proliferação das drogas que sacode até a raiz mais profunda a juventude de hoje. Fala-se por isso, seguidamente, de uma juventude perdida.

Mas olhando para vós, jovens aqui presentes, que irradiais alegria e entusiasmo, assumo o olhar de Jesus: um olhar de amor e confiança, na certeza de que vós encontrastes o verdadeiro caminho. Sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos Mandamentos e por eles cheguem até Deus.

Podeis ser protagonistas de uma sociedade nova se procurais pôr em prática uma vivência real inspirada nos valores morais universais, mas também um empenho pessoal de formação humana e espiritual de vital importância. Um homem ou uma mulher despreparados para os desafios reais de uma correta interpretação da vida cristã do seu meio ambiente será presa fácil a todos os assaltos do materialismo e do laicismo, sempre mais atuantes em todos os níveis.

Sede homens e mulheres livres e responsáveis; fazei da família um foco irradiador de paz e de alegria; sede promotores da vida, do início ao seu natural declínio; amparai os anciãos, pois eles merecem respeito e admiração pelo bem que vos fizeram. O Papa também espera que os jovens procurem santificar seu trabalho, fazendo-o com competência técnica e com laboriosidade, para contribuir ao progresso de todos os seus irmãos e para iluminar com a luz do Verbo todas as atividades humanas (cf. Lumen Gentium, n. 36). Mas, sobretudo, o Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais. Tenham em conta que a ambição desmedida de riqueza e de poder leva à corrupção pessoal e alheia; não existem motivos para fazer prevalecer as próprias aspirações humanas, sejam elas econômicas ou políticas, com a fraude e o engano.

Definitivamente, existe um imenso panorama de ação no qual as questões de ordem social, econômica e política ganham um particular relevo, sempre que haurirem sua fonte de inspiração no Evangelho e na Doutrina Social da Igreja. A construção de uma sociedade mais justa e solidária, reconciliada e pacífica; a contenção da violência e as iniciativas que promovam a vida plena, a ordem democrática e o bem comum e, especialmente, aquelas que visem eliminar certas discriminações existentes nas sociedades latino-americanas e não são motivo de exclusão, mas de recíproco enriquecimento.

Tende, sobretudo, um grande respeito pela instituição do Sacramento do Matrimônio. Não poderá haver verdadeira felicidade nos lares se, ao mesmo tempo, não houver fidelidade entre os esposos. O matrimônio é uma instituição de direito natural, que foi elevado por Cristo à dignidade de Sacramento; é um grande dom que Deus fez à humanidade. Respeitai-o, venerai-o. Ao mesmo tempo, Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras. Repito aqui para todos vós que «o eros quer nos conduzir para além de nós próprios, para Deus, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos» (Carta encl. Deus caritas est, (25/12/2005), n. 5). Em poucas palavras, requer espírito de sacrifício e de renúncia por um bem maior, que é precisamente o amor de Deus sobre todas as coisas. Procurai resistir com fortaleza às insídias do mal existente em muitos ambientes, que vos leva a uma vida dissoluta, paradoxalmente vazia, ao fazer perder o bem precioso da vossa liberdade e da vossa verdadeira felicidade. O amor verdadeiro "procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doar-se-á e desejará existir para o outro" (Ib. n. 7) e, por isso, será sempre mais fiel, indissolúvel e fecundo.

Para isso, contais com a ajuda de Jesus Cristo que, com a sua graça, fará isto possível (cf. Mt 19,26). A vida de fé e de oração vos conduzirá pelos caminhos da intimidade com Deus, e de compreensão da grandeza dos planos que Ele tem para cada um. "Por amor do reino dos céus" (ib., 12), alguns são chamados a uma entrega total e definitiva, para consagrar-se a Deus na vida religiosa, "exímio dom da graça", como foi definido pelo Concílio Vaticano II (Decr. Perfectae caritatis, n.12). Os consagrados que se entregam totalmente a Deus, sob a moção do Espírito Santo, participam na missão de Igreja, testemunhando a esperança no Reino celeste entre todos os homens. Por isso, abençôo e invoco a proteção divina a todos os religiosos que dentro da seara do Senhor se dedicam a Cristo e aos irmãos. As pessoas consagradas merecem, verdadeiramente, a gratidão da comunidade eclesial: monges e monjas, contemplativos e contemplativas, religiosos e religiosas dedicados às obras de apostolado, membros de institutos seculares e das sociedades de vida apostólica, eremitas e virgens consagradas. "A sua existência dá testemunho do amor a Cristo quando eles se encaminham pelo seu seguimento, tal como este se propõe no Evangelho e, com íntima alegria, assumem o mesmo estilo de vida que Ele escolheu para Si" (Congr. para os Inst. de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica: Instr. Partir de Cristo, n. 5). Faço votos de que, neste momento de graça e de profunda comunhão em Cristo, o Espírito Santo desperte no coração de tantos jovens um amor apaixonado no seguimento e imitação de Jesus Cristo casto, pobre e obediente, voltado completamente à glória do Pai e ao amor dos irmãos e irmãs.

6. O Evangelho nos assegura que aquele jovem, que veio correndo ao encontro de Jesus, era muito rico. Entendemos esta riqueza não apenas no plano material. A própria juventude é uma riqueza singular. É preciso descobri-la e valorizá-la. Jesus lhe deu tal valor que convidou esse jovem para participar de sua missão de salvação. Tinha todas as condições para uma grande realização e uma grande obra.

Mas o Evangelho nos refere que esse jovem se entristeceu com o convite. Foi embora abatido e triste. Este episódio nos faz refletir mais uma vez sobre a riqueza da juventude. Não se trata, em primeiro lugar, de bens materiais, mas da própria vida, com os valores inerentes à juventude. Provém de uma dupla herança: a vida, transmitida de geração em geração, em cuja origem primeira está Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação que nos insere na cultura, a tal ponto que, em certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos da cultura e por isso da fé, do que da natureza. Da vida brota a liberdade que, sobretudo nesta fase se manifesta como responsabilidade. E o grande momento da decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à profissão. Responde à questão: que fazer com a vida?

Em outras palavras, a juventude se afigura como uma riqueza porque leva à descoberta da vida como um dom e como uma tarefa. O jovem do Evangelho percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o Bom Mestre, para buscar uma orientação. Mas na hora da grande opção não teve coragem de apostar tudo em Jesus Cristo. Conseqüentemente saiu dali triste e abatido. É o que acontece todas as vezes que nossas decisões fraquejam e se tornam mesquinhas e interesseiras. Sentiu que faltou generosidade, o que não lhe permitiu uma realização plena. Fechou-se sobre sua riqueza, tornando-a egoísta.

Jesus ressentiu-se com a tristeza e a mesquinhez do jovem que o viera procurar. Os Apóstolos, como todos e todas vós hoje, preenchem esta lacuna deixada por aquele jovem que se retirou triste e abatido. Eles e nós estamos alegres porque sabemos em quem acreditamos (2 Tim 1,12). Sabemos e testemunhamos com nossa própria vida que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,68). Por isso, com São Paulo, podemos exclamar: alegrai-vos sempre no Senhor (Fil 4,4).

7. Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana.

Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja se apresentaria desfigurada.

Queridos jóvenes, dentro de poco inauguraré la Quinta Conferencia del Episcopado Latinoamericano. Os pido que sigáis con atención sus trabajos; que participéis en sus debates; que recéis por sus frutos. Como ocurrió con las Conferencias anteriores, también ésta marcará de modo significativo los próximos diez años de Evangelización en América Latina y en el Caribe. Nadie debe quedar al margen o permanecer indiferente ante este esfuerzo de la Iglesia, y mucho menos los jóvenes. Vosotros con todo derecho formáis parte de la Iglesia, la cual representa el rostro de Jesucristo para América Latina y el Caribe.

Je salue les francophones qui vivent sur le Continent latino-américain, les invitant à être des témoins de l’Évangile et des acteurs de la vie ecclésiale. Ma prière vous rejoint tout particulièrement, vous les jeunes, vous êtes appelés à construire votre vie sur le Christ et sur les valeurs humaines fondamentales. Que tous se sentent invités à collaborer pour édifier un monde de justice et de paix.

Dear young friends, like the young man in the Gospel, who asked Jesus "what must I do to have eternal life?", all of you are searching for ways of responding generously to God’s call. I pray that you may hear his saving word and become his witnesses to the people of today. May God pour out upon all of you his blessings of peace and joy.
Queridos jovens, Cristo vos chama a serem santos. Ele mesmo vos convoca e quer andar convosco, para animar com Seu espírito os passos do Brasil neste início do terceiro milênio da era cristã. Peço à Senhora Aparecida que vos conduza, com seu auxílio materno e vos acompanhe ao longo da vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Fonte: vatican.va


Como pregar para jovens

- Esta formação não substitui em hipótese nenhuma a formação de pregadores do ministério de pregação, ou seja, este projeto visa dar aos pregadores uma direção para pregar para os jovens.

- O jovem tem uma necessidade diferenciada e ao mesmo tempo é muito exigente, ou seja, é aquele que mais quer seu direito e que menos quer exercer seu dever. Por isso Deus chama também jovens para falar para sua juventude, porque o jovem tem a linguagem, enfrenta os mesmos desafios, passa pelas mesmas experiências.

    -Um chamado da igreja:Sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos Mandamentos e por eles cheguem até Deus”. (Bento XVI, no encontro com os Jovens no Pacaembu em Maio de 2007).

O chamado que o Papa faz a juventude é muito específico: Evangelizar os outros jovens, que andam perdidos, no erro (errantes). Pra isso nos chama a pregação. Nos chama com todo vigor de nossa juventude para anunciarmos Cristo crucificado e ressuscitado. Nossa missão é ser uma voz, assim como João Batista (Mt 3, 3), ser a voz que anuncia a salvação através de Jesus, nossa missão é convidar, porque como jovens, estamos no mesmo meio, estudamos juntos, trabalhamos juntos, vivemos no mesmo “mundo”, por isso, nosso testemunho tem força, tem a força da juventude, porque somos fortes e a palavra de Deus permanece em nós (I Jo 2, 14).

É preciso assumir com o coração essa missão. A missão de evangelizar a juventude que anda perdida é dada para os jovens que se encontraram com Jesus. É preciso testemunhar essa experiência, a grande experiência da conversão, a grande experiência do amor a Cristo.

Em 2007 a CNBB publicou um documento sobre Evangelização da Juventude (EvJ), onde ela trata repetidas vezes do termo “Protagonismo dos Jovens”. Isso quer dizer, em tudo aquilo que for feito para a evangelização dos jovens, seja em algum movimento ou mesmo numa pastoral o jovem precisa estar à frente, ou seja, jovem deve coordenar jovem, jovem deve organizar os meios de evangelização pra jovem, jovem deve pregar para jovem.

A igreja da América se pronunciou diversas vezes sobre os jovens. Em 1968, no CELAM de Medellín, os bispos diagnosticaram que os jovens não se identificam com a igreja porque não se sentem convidados a participar, identificaram ainda os jovens como sendo sinceros, autênticos e com boa aceitação do diferente. Em Medellín os bispos chamam a juventude de “símbolo da Igreja”, chamada a uma constante renovação de si mesma. Em 1979, no CELAM de Puebla, os bispos chamam a atenção para algumas características dos jovens: espírito de aventura, capacidade criadora, o desejo de liberdade e o fato de serem sinal de alegria e felicidade, exigindo autenticidade e simplicidade. Dizem nossos pastores que o papel da juventude no corpo social da Igreja é dinamizar este corpo.

A igreja deixa claro que confia nos jovens, sendo eles sua esperança. Em Puebla a Igreja da América Latina faz a opção preferencial pelos jovens, no aspecto de pastoreio e evangelização. Em 1992 em Santo Domingo O CELAM reafirmou a opção preferencial pelos Jovens, e pede uma maior inserção dos jovens na evangelização, promovendo o protagonismo dos jovens e anunciando que o Deus da Vida ama os jovens.

A Igreja não trata os jovens como o futuro da Igreja e sim como o presente, Portanto, “na evangelização da juventude está em jogo o presente e o futuro da Igreja” (EvJ, n. 70), que “evangeliza e precisa ser continuamente ser evangelizada”. (EvJ, n. 69).

                                      
                                 Vamos a algumas características:

1-                 Dinâmico: O jovem não gosta de nada parado, quer algo inesperado. É interessante que o jovem não seja somente um expectador, é bom que ele participe, que a mente dele funcione durante a pregação. Quando se faz uma dinâmica o jovem precisa prestar atenção para saber o que vai acontecer, e muitas vezes ele mesmo vai entender aquilo que foi feito. “O jovem necessita encontrar instrumentos, pessoas e momentos que o marquem profundamente, provocando nele o desejo de verdadeira mudança.” (EvJ, n. 120) Pra isso o pregador jovem precisa ser criativo, é preciso então buscar todas essas dinâmicas através da intimidade com Deus, que se consegue através da oração, porque “o jovem só é criativo quando se sente a vontade com Deus e é amado por Ele.” (EvJ, n. 121).

2-                 Feliz: Para anunciar aos jovens, precisamos ter uma alegria contagiante, pois aí está o que o jovem procura: felicidade. “Vivei sempre contentes” (I Tes 5, 16), para isso, “Orai sem cessar” (I Tes 5, 17). Enquanto o mundo oferece euforia, Jesus oferece alegria. Isso precisa estar estampado em nossa face, essa alegria que vem do Senhor, a alegria no Servir. Em todos os momentos é preciso viver contente, quando sou convidado para pregar em um grande encontro, com muitas pessoas, mas quando sou chamado a pregar em um grupo bem pequeno, numa reunião de equipe, é preciso manter a mesma alegria. Nossa felicidade está no serviço ao Senhor, Jesus é nossa festa, portanto, estar servindo-o já é o motivo suficiente pra estarmos alegres, não importando o porte do evento. Na alegria de um jovem que prega, o jovem que escuta vê a esperança de experimentar também dessa alegria, por isso “o jovem é o evangelizador privilegiado de outros jovens” (EvJ, n. 63), porque o jovem que está sentado tem a oportunidade de se ver na condição daquele que prega.


3-                 Conhecimento: Podemos usar as palavras do profeta Oséias de forma adaptada: “Os jovens perecem por falta de conhecimento” (Os 4, 6). É preciso buscar conhecer a palavra de Deus. “Da palavra da sagrada escritura se nutre salutarmente e santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a Pregação...” (CIC, n. 132) “Desconhecer a escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo... é condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial, da Palavra de Deus... Do contrário, como vão anunciar uma mensagem cujo conteúdo e espírito não conhecem profundamente? É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus.” (DAp, n. 247) O pregador jovem precisa ser firme e corajoso. Essa ordem que foi tantas vezes dada na história é dada ainda hoje, mas não existe firmeza se não há convicção. Portanto, o pregador que não estiver certo do que fala, passa a incerteza para aqueles que o ouvem. Sem certeza e sem convicção não há coragem, portanto, sem conhecimento da palavra e da doutrina da Igreja, não existirá pregador firme e corajoso, vai existir sempre aquele que fala porque precisa dizer algo e não o que fala porque tem algo a dizer. “São de grande valia as leituras teológicas, Espirituais e documentos da Igreja como instrumento para o fortalecimento e crescimento da Fé. A Leitura da vida dos santos e de seus escritos pode contribuir enormemente para despertar ou alimentar a vida dos jovens que hoje, sentem necessidade de modelos, líderes, testemunhas. Na história da nossa igreja temos muitos santos e bem aventurados jovens como, por exemplo: Inês, Tarcísio, Domingos Sávio, Albertina Berkenbrock e outros. A devoção aos santos lembra aos jovens a sua vocação à santidade.” (EvJ, n. 128).

4-                 Saber enxergar as entrelinhas: Com base na palavra de Deus, poderemos ver além do lógico, ver aquilo que precisa ser anunciado. É preciso colocar na realidade da assembléia que lhe escuta o conteúdo da mensagem bíblica lida. Existem muitos pontos de reflexão numa passagem bíblica, como a do filho pródigo por exemplo (Luc 15, 11-32), não podemos abordar numa mesma pregação todos os seus pontos, é preciso discernir qual o ponto que a assembléia local precisa viver naquela pregação. Por isso é muito importante conhecer a realidade na qual se vai pregar. Ex: Pedro andando sobre as águas onde começa a afundar, podemos identificar aí a falta de fé, mas também a permissão de Deus, imagine Pedro andando sobre as águas e logo depois sendo constituído o 1º Papa, era importante Jesus manifestar que Pedro precisava reconhecer de onde vem a sua força. Outro fato: Os hipócritas (fariseu/saduceus) levaram a prostituta para ser apedrejada, podemos identificar que os nossos inimigos muita das vezes sem saber nos levam para Deus.   
5-                  Pregar o querigma: jovem quando está iniciando, precisa ouvir o 1º anúncio. “O Jovem necessita que falemos não somente de um Deus que vem de fora, mas de um Deus que é real dentro dele em seu modo juvenil de ser alegre, dinâmico, criativo e ousado.” (EvJ, n. 80) O jovem precisa se sentir amado, reconhecer que Jesus dá a salvação e que Ele é o único Senhor. É claro que não devemos permanecer apenas no primeiro anúncio, o jovem precisa ser bem formado na fé, ter uma fé amadurecida, mas antes de qualquer coisa, precisa se encontrar com Jesus, caminho, verdade e vida. Anunciar o querigma envolve experiência de vida, só se pode anunciar o que se vive, portanto, é missão dos jovens pregadores transmitirem em suas pregações a experiência de Cristo que eles tiveram. A Juventude precisa se apaixonar por Jesus, para isso precisa conhecê-lo, para então aceitarem sua salvação, seu senhorio, seu Espírito. Assim como Deus enviou Paulo aos pagãos para anunciar Jesus ressuscitado (Atos 13, 2-3), hoje o senhor envia os jovens para evangelizar os jovens, e foi bem claro usando a voz do nosso amado Papa Bento XVI: ““Sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede os apóstolos dos jovens. Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor; encontrem-se com Jesus, para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de realizar-se.” Esse é o grande Desejo da Igreja, ver “Jovens evangelizando Jovens” (EvJ, n. 120). O Senhor quer falar para os jovens através dos jovens, porque de fato “Deus nos fala através do Jovem. (EvJ, n. 81) Não podemos esquecer que, “na base da evangelização está a força do anúncio querigmático. O poder do Espírito e da palavra contagia as pessoas e as leva a escutar Jesus Cristo, a crer n’Ele como seu Salvador, a reconhecê-lo como quem dá pleno significado a suas vidas e a seguir seus passos.” (DAp, n. 279).

6-                 Testemunhar: Desde que seja, Breve, atual e objetivo. O testemunho precisa ser dado com prudência, muitas vezes vivemos coisas difíceis até de se falar delas, precisa discernir se o testemunho não vai escandalizar os ouvintes. Não devemos ficar lembrando de como era nossa vida de pecado, nem falar como se existisse um saudosismo. Testemunhar é dizer o que Deus fez e como estou agora. O testemunho traz esperança para os ouvintes, se Deus fez com um, certamente fará com o outro, por isso, o testemunho precisa ser verídico, deixe claro quando é história e quando é testemunho, não misture as coisas, não devemos aumentar nem mudar os fatos, testemunha-se o que aconteceu.

7-                 Precisa ter e levar: empolgação, entusiasmo, força, coragem, alegria...

8-                 Assumir a unção ministerial: Você foi o escolhido, eleito, a autoridade e a unção está com você, só precisa tomar posse.

9-                 Vida de santidade: O verdadeiro missionário é o Santo, o chamado à missão deriva do chamado a santidade. Todo missionário só o é, autenticamente, se, se empenhar no caminho de santidade.” (RM, n. 90) A única forma de pregar com autoridade é vivendo aquilo que se prega. É preciso antes de qualquer coisa ser testemunha, e, testemunha é aquele que viveu. Num processo judicial, o testemunho que tem mais valor é aquele de quem esteve lá, de quem viveu aquele episódio. Portanto, na pregação, somente aquele que vive terá autoridade para pregar, como diz o apóstolo do Amor, os apóstolos deram o testemunho do que viram, do que ouviram, do que suas mãos apalparam (I Jo, 1-2). “O homem contemporâneo acredita mais nas testemunhas do que nos mestres” (EN, n.41) “O homem crê mais na experiência do que na doutrina, mais na vida e nos fatos do que nas teorias. O Testemunho de vida Cristã é a primeira e insubstituível forma de missão.” (RM, n. 42) Portanto, o que a gente faz fala muito mais do que só falar. Por isso a Palavra precisa virar carne na minha carne, é preciso viver o evangelho, assim teremos autoridade para pregá-lo. “A Evangelização exige testemunho de vida, anúncio de Jesus Cristo e adesão a Ele, adesão à comunidade, participação na missão da Igreja e transformação da sociedade.” (EvJ, n. 8).

10-             Ser cheio do Espírito: “Verdadeiramente o Espírito Santo é o protagonista de toda a missão.” (RM, n. 21) Os jovens precisam sentir a unção do Espírito através das palavras que são ditas na pregação. A juventude precisa de unção, o que tocará no coração é a unção. A palavra proclamada tem autoridade, porque é de Deus, se aquele que proclama a Palavra fala na unção do Espírito de Deus, milagres irão surgir nas pregações, e sentiremos a mesma experiência de Pedro, que ao pregar, aqueles que recebiam sua palavra eram batizados. (Atos 2, 41) Com a força do Espírito o evangelho será anunciado com ousadia e intrepidez, nossa oração precisa ser como a dos apóstolos, pedindo o desassombro para anunciar a Jesus Cristo (Atos 4, 29), porque devemos “resistir a tentação de reduzir ou manipular a mensagem do evangelho para ganhar mais adeptos” (EvJ, 21), a verdade precisa ser dita.

11-             Obediência e amor a Igreja: é preciso buscar conhecer e assimilar os documentos do magistério da Igreja, principalmente aqueles que tocam a juventude diretamente, além dos que são específicos, deve-se observar ainda o que a igreja diz sobre a internet e meios de comunicação em geral, sobre a evangelização, sobre família, sobre Maria, sobre eucaristia, entre outras coisas. São realidades que tocam de forma direta a juventude, portanto é preciso conhecer o que a Igreja fala sobre isso, para que esse seja o conteúdo da nossa pregação. Não podemos pregar em desacordo com aquilo que a Igreja ensina. Devemos testemunhar o amor a santa Igreja e pregar a sua doutrina, não pregamos nada de nós mesmos, mas em concordância com a Palavra de Deus, com a Sagrada Tradição e com o Magistério (concílios, encíclicas, exortações apostólicas, conclusões de conferências, etc.). Na América latina, além de observar os documentos do Vaticano, precisamos nos atentar àqueles redigidos pelo CELAM (Conferência Episcopal Latino Americana) e os documentos redigidos pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e ainda existem documentos próprios de cada diocese.

Esse conteúdo é de suma importância, pois trata de forma mais direta de nossa realidade. Precisamos vivenciar as moções vividas em cada tempo pela RCC, o movimento em que estamos inseridos, observando e vivendo na unidade com o movimento e a igreja as moções para cada tempo, em comunhão sempre com o Ministério Jovem, que caminha em unidade e obediência a RCC.

Não podemos pregar nosso conteúdo, e sim o conteúdo de Cristo, que é guardado pela Igreja, no santo Magistério. Precisamos testemunhar e viver esse amor pela Igreja, muitos jovens têm dificuldade de se inserir em grupos religiosos, nossa cultura implanta a idéia da não-religião, os jovens assimilam a idéia de Deus, mas têm dificuldade de se encaixar num grupo religioso por achar que deverá seguir regras apenas e irá perder sua liberdade, tão desejada entre os jovens. “Muitos jovens têm dificuldade para entender que eles são Igreja ou não se sentem acolhidos nas comunidades.” (EvJ, n. 67) .

Por isso, na pregação precisa transparecer esse amor sólido e verdadeiro pela Igreja. Sou Católico e amo a Igreja, e amar a Igreja é bom demais!


Siglas
EvJ = Evangelização da Juventude, publicações da CNBB, documento 3, 2007.
DAp = Documento de Aparecida (CELAM 2007)
RM =  Carta Encíclica Redemptoris Missio (João Paulo II)
EN = Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (Paulo VI)
CIC = Catecismo da Igreja Católica